Além desta proibição, o Governo anunciou igualmente que a proposta de lei incluirá a interdição de fumar nos espaços ao ar livre junto de edifícios públicos como escolas, faculdades ou hospitais.
Segundo o Executivo, as alterações à Lei do Tabaco foram motivadas essencialmente pela necessidade de transpor para a legislação nacional a diretiva europeia, de 29 de junho de 2022, que equipara o tabaco aquecido a outros produtos do tabaco, proibindo a venda de tabaco aquecido com aromas.
Para o Prof. Doutor José Alves, as medidas agora anunciadas “sabem a pouco”, pois a lei “continua a ser permissiva na sua verificação”: “É preciso ter coragem para ir mais longe (…) e aumentar o preço é fundamental.”
“O preço continua a ser de pouco mais de cinco euros por maço de tabaco. E o preço é tão importante quanto a lei”, afirmou o especialista, sublinhando que o aumento do preço reduziria muito mais rapidamente o hábito tabágico.
Além do preço, o pneumologista insistiu na necessidade de agravar as multas e apostar na fiscalização, exemplificando: “Se andar a mais de 120, 130 ou 140 km/h na autoestrada, tem uma coima. Não há ninguém que não tenha sido já multado por excesso de velocidade.”
Questionado sobre a possibilidade de uma proibição de fumar, o Prof. Doutor José Alves disse que traria vantagens e “seria ótimo ao nível da saúde pública”, mas sublinhou que, pessoalmente, não se sente confortável com uma decisão deste género.
“Iria criar problemas que têm que ver com quem continuasse a fumar, que passava a fazer um ato ilícito”, disse, dando o exemplo da Lei Seca, nos Estados Unidos.
Defendeu igualmente que esta lei devia ser “amplamente discutida”: “A legislação poderia ser apoiada por pessoas, individuais e coletivas, especialistas nesta área e que têm conhecimento das atitudes tomadas noutros países e que pretendem diminuir os dados epidemiológicos das doenças ligadas ao tabaco, pois sabem o que são anos de vida perdidos”.