De acordo com os resultados do inquérito apresentado hoje pela Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), 77 % dos inquiridos afirma saber quais os fatores de risco para a diabetes tipo 2 e 93 % refere o excesso de peso e a obesidade como o mais relevante, seguido do sedentarismo (81 %) e da hereditariedade (66 %).
Além disso, 84 % dos mil participantes neste estudo considerou saber como prevenir a doença, adiantando que as principais estratégias passam por uma alimentação saudável (97 %), pela prática de exercício físico (88 %) e pela adoção de um estilo de vida mais saudável (82%).
No global, 98% dos inquiridos responderam que sabem o que é a diabetes e, destes, 91 % considerou ser uma "doença na qual os níveis de açúcar no sangue são demasiado elevados", refere o estudo que surgiu da “necessidade da Bayer avaliar as perceções que os portugueses têm sobre a diabetes”.
Para controlar ou perder peso, a melhor estratégia passa, na opinião da maioria dos inquiridos, pela prática de exercício físico regular (80 %) e pela implementação de uma dieta orientada por um nutricionista (66 %).
“Este acompanhamento especializado para controlo de peso deverá ser, preferencialmente, apenas com consultas presenciais (51 %), ou alternativamente, com consultas presenciais alternadas com teleconsultas por videoconferência (28 %)”, refere o estudo.
Nove em cada 10 inquiridos afirmou ainda ter conhecimento de quais as principais complicações da diabetes e as mais identificadas foram a cegueira e problemas de visão (90 %), as amputações (77 %) e as dificuldades na cicatrização de feridas (76 %).
O inquérito apurou que 17 % dos inquiridos tem diabetes e 52 % disse ter um familiar com essa doença.
“Numa componente de teste de conhecimentos dos inquiridos sobre temas associados à diabetes, os resultados foram bastante positivos, o que denota algum conhecimento da população sobre o tema, já que a maioria dos inquiridos acertou quanto à veracidade de quase todas as afirmações apresentadas sobre a patologia”, adiantam ainda as conclusões.
Este estudo de natureza quantitativa foi realizado com recurso questionário telefónico, tendo sido realizados mil inquéritos a pessoas entre os 18 e os 80 anos entre 26 de outubro e 6 de novembro de 2022.
De acordo com dados recentes da Federação Internacional de Diabetes, Portugal apresenta a segunda maior prevalência padronizada de diabetes da União Europeia, com 9,1% na população entre os 20 e os 79 anos, acima dos 6,2% do conjunto dos 27 países.
No final de novembro, a Direção-Geral da Saúde avançou que mais de 79 mil casos de diabetes foram registados em cerca de um ano, elevando para quase 880 mil o número de pessoas inscritas nos centros de saúde com a doença.
“No último ano foram registados 79.241 novos casos de diabetes, estando inscritas nos centros de saúde 879.853 pessoas com diagnóstico da doença”, adiantou a DGS na altura, com base nos dados do Programa Nacional para a Diabetes (PND) relativos ao período de outubro de 2021 a setembro de 2022.
A DGS reconheceu que, tendo em conta as estimativas da Federação Internacional de Diabetes, este número “poderá apontar para a existência de pessoas por diagnosticar”, o que faz com que o PND mantenha como prioridade o diagnóstico precoce, através da avaliação do cálculo de risco da diabetes tipo 2.
Fonte: Lusa